1. A integração da Comissão de Enduro (não seria mais apropriado chamar-se comissão de todo-o-tereno, pois este engloba o Enduro e não o contrário) na Federação Nacional de Motociclismo é benéfico para o desenvolvimento das modalidades (Enduro, Todo-o-Terreno e Cross Country)?
2. O actual modelo de organização do Todo-o-Terreno promovem a modalidade ?
No que respeita à primeira questão, penso que a inclusão da Comissão de Enduro numa federação que engloba além desta, outras vertentes do motociclismo (motocross, Velocidade, Trial, concentações(???)), só lhe é prejudicial, pois apesar dos esforços desenvolvidos e do número de praticantes, o Todo-oTerreno é a modalidade com menos visibilidade, devido às suas características, traduzindo-se em pouco retorno publicitário. Daí que a sua expressão dentro da federação seja reduzida e os meios disponibilizados para esta sejam insuficientes para delinear estratégias que desenvolvam a modalidade de acordo com o potencial que tem.
Sou apologista da criação da Federação Portuguesa de Todo o Terreno, que englobaria 5 Associações de Todo-o-Terreno (Norte, Centro, Sul, Madeira e Açores).
Há inúmeros jovens com vontade de participar em provas de todo o terreno, a prova disso, são as várias corridas piratas que se realizam por todo o país e com elevado número de participantes. Porque é que participam nessas corridas, com organizações, que muitas vezes, colocam em risco a integridade física dos pilotos, em vez de participarem nos campeonatos nacionais?
A razão é só uma, por factores económicos. As várias modalidades do motociclismo são caras pois à partida o praticante terá que adquirir uma moto, meter gasolina (que está bastante cara) e comprar o equipamento que lhe garanta o mínimo de segurança (igualmente caro). Este factor impede que qualquer um pratique a modalidade. Se a estes custos lhe somarmos despesas com Licença desportiva, deslocações e alimentação, a modalidade passa a ser acessível a uma pequena percentagem da população.Para o engrandecimento da modalidade, tem que haver um esforço para que esta seja acessível a um maior número de praticantes, para que tal aconteça, é imperativo que a sua prática seja menos dispendiosa. A criação de campeonatos regionais de cross-country, de rampas, subidas impossíveis, etc, seria uma forma de permitir aos jovens praticantes participar em competições com reduzidos custos. Desta forma, teriam a oportunidade de mostrar o seu valor e conseguir patrocínios que lhes permitam em anos futuros participar nos Campeonatos Nacionais. Assim aumentava-se o número de participantes e melhorava-se a qualidade dos pilotos.
A formação de Associações Regionais levaria também à descentralização da gestão em termos organizativos, desportivos e formativos e à rentabilização de recursos. Essas entidades ficariam responsáveis não só pela organização dos campeonatos regionais mas teriam um papel muito importante na formação de pilotos e oficiais de prova. Durante o ano, promoveriam cursos de formação de oficiais de prova e recorrendo ao "know how" dos pilotos da região (os que ainda estão em actividade e os que pelo seu passado desportivo poderão contribuir para o enriquecimento dos jovens).
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