segunda-feira, maio 07, 2007

Estado do Enduro

Aqueles que assistem, como eu, às provas do Campeonato do Mundo de Enduro em Portugal há mais de uma decada habituaram-se a ver enduristas nacionais (Paulo Marques, Vitor Azevedo, Paulo Gonçalves, Bianchi Prata, Miguel Farrajota, Mário Brás, etc) a disputar o top ten em algumas classes do Mundial de Enduro com performances que nos faziam sentir orgulhosos.
Certamente que essa "velha guarda" sentiu a falta do orgulho nacional ao assistir à prova disputada no Marco de Canaveses,pois apesar da boa vontade e entrega dos nossos representantes a diferença para os pilotos de topo era abismal.
Quanto a mim, o decréscimo da qualidade do enduro nacional fica-se a dever sobretudo ao modelo competitivo do Campeonato Nacinal de Enduro. Antigamente, o Campeonato Nacional de Enduro era composto unicamente pelas classes de verdes e consagrados. A classe "verdes" servia para quem se iniciava nas lides enduristas adequirir experiência e para aqueles, como eu, que gostavam de praticar a modalidade numa prespectiva lúdica. Era uma classe com grande número de praticantes, com grandes lutas para disputar os lugares cimeiros mas que dava pouca ou nenhuma projecção em termos mediáticos. A Classe de Consagrados reunia os melhores pilotos nacionais e tinha alguma projecção no que concerne à comunicação social. Os campeonatos eram bastante competitivos e havia um leque bastante largo de bons pilotos pois todos lutavam por um lugar ao sol.
O actual formato de disputa do campeonato e o destaque que a comunicação social dá às classes secundárias em disputa levam os pilotos com qualidade a participar em classes bastante aquém da sua qualidade mas que lhe permitem uma foto no jornal da terra e mais algumas coroas de um patrocinador.Este facto leva a um cCampeonato nivelado por baixo e uma qualidade mediana, a caminh da mediocre dos pilotos nacionais.

2 comentários:

Anónimo disse...

Por acaso não tenho ideia dos pilotos que referiste, à excepção do Paulo Gonçalves, fazerem bons resultados. Quando digo bons resultados é por exemplo melhores do que os do Pedro Enes agora no Mundial em Portugal. Mas isso não invalida a tua opinião relativamente ao nacional. Concordo que neste momento há classes a mais e os pilotos acabam por se concentrar na sua classe, o que, tendo em conta o reduzido número de participantes é muito limitativo para a seu aumento de competitividade. O facto de se ter eliminado a classificação geral veio agravar ainda mais esta situação...Depois em Portugal sempre houve muitos pilotos a escolherem a classe em função da possibilidade de obterem bons resultados. Em parte até compreendo isso, pois dá-lhes mais exposição mediática e os patrocinadores, apesar de poucos, são fundamentais. No entanto esta opção é inimiga da evolução, pelo a diminuição do número de classes ajudaria a resolver o problema.

Anónimo disse...

Sim, para além do Hélder Rodrigues e do multifacetado Paulo Gonçalves, não me recordo de outro piloto luso que, no passado, tenha disputado lugares no Top Ten do Mundial de Enduro.

Agora, é um facto que neste momento existem classes a mais no Campeonato Nacional e, tal como nacnac refere, a abolição da classificação geral, também não contribui para o aumento da competitividade, pois o que interessa é apenas vencer a classe em que se participa.

Jofico